Deste modo a sua morfologia geológica é resultante da sua localização geográfica: as terras são provenientes do recuo marítimo (existem recolhas de sedimentos marinhos em mais de 10km em linha recta da actual linha da costa), bem como pela foz dos rios mencionados, Vouga e Mondego.
Os solos dividem-se entre terrenos argilo-calcários, argilo-arenosos e arenosos, dependendo da predominância de cada elemento no solo. Para a cultura da vinha, ”o típico solo bairradino” é o barro-argiloso e calcário, profundo e fértil, com elevada capacidade de retenção de água.
A região é predominantemente plana, sendo influenciada pelas correntes do oceano Atlântico, em chuvas abundantes, temperaturas médias suaves e vento procedente do norte.
A região da Bairrada foi a primeira em Portugal a produzir os vinhos espumantes com fermentação em garrafa, beneficiando do clima fresco e húmido, com uvas de elevada acidez e baixa graduação.
A casta “Baga” é, sem dúvida, a raínha e que produz vinhos tintos de guarda e espumantes de grande qualidade. “Castelão”, “Tinta-Roriz” e “Touriga-Nacional” são outras castas nacionais de referência, apesar de cada vez mais serem utilizadas as castas estrangeiras “Cabernet Sauvignon”, “Merlot”, “Pinot Noir” e “Syrah”. Relativamente às uvas brancas, distinguem-se as castas “Bical”, “Arinto”, “Maria Gomes” (Fernão Pires) e, em menor quantidade, “Cerceal/Cercealinho” e ainda “Chardonnay”, esta especialmente utilizada para espumantes.
A produção de espumantes começou ainda no século XIX, em 1890, pela insistência de Justino Sampaio Allegre, figura ímpar na região que, acompanhado pelo Engº José Maria Tavares da Silva, conseguiram demonstrar a excelência da região para a produção de espumante. Essa excelência culminou com a instalação, em Anadia, da Escola Prática de Viticultura e Pomologia da Bairrada, hoje em dia, Estação Vitivinícola da Bairrada, da qual foi o primeiro diretor.
Links úteis para conhecer a região:
www.rotadabairrada.pt
www.cvrbairrada.pt